Quanto custava um escravo no Brasil?
Escravidão. Um regime de trabalho em que as pessoas são forçadas a
prestarem serviços sem pagamento, em um esquema de subsistência e sob
ameaças de violência. Essa foi a situação, principalmente dos negros
durante séculos, não só no Brasil, mas em todos os continentes durante
todas as expansões econômicas e territoriais narradas pelos livros de
História.
A escravidão não acabou. Virou crime submeter alguém a condições subumanas de trabalho para benefício próprio. Como a escravidão é ilegal, os traficantes de pessoas escondem suas vítimas e formam uma população de escravos oculta.
Estimativas apontam que hoje em dia hajam entre 12 e 27 milhões de escravos pelo mundo todo. Na melhor das hipóteses, eles trabalham 16 horas por dia em troca de dinheiro que só é suficiente para se alimentarem mal e pagarem por uma cama para dormir. Na maioria dos casos são pessoas de outros países que se tornam reféns de exploradores que os dão condições de migrarem e os colocam para trabalhar afim de pagarem uma dívida que nunca acaba.
No passado era muito pior. A escravidão era permitida e os negros tinham um valor determinado pelo sexo, idade e condição dos dentes, como o que se avalia na hora de comprar um equino ou um bovino. Existem inúmeros dados que nos levam aos preços dos escravos no século XIX, mas como esses indicadores variam muito, é difícil determinar a média de preço. Mas vamos a uns indicadores.
Em 1846, o Brasil conseguiu o 1º orçamento superavitário da gestão do Império. Nessa época, 1 saca de café era comprada por 12 mil-réis e um escravo comum era cotado a 350 mil-réis. Os escravos que eram hábeis em carpintaria, fundição maquinista etc., valiam 715 mil-réis.
Em 1855, um escravo era cotado a 1 conto de réis e 75 mil-réis, ao
passo que uma escrava valia 857 mil-réis. Em 1875, os escravos valiam 1
conto de réis 256 mil-réis e as escravas 1 conto de réis 106 mil-réis. O
crescimento na cotação dos escravos foi de 235% entre 1835 e 1875.
“Conto de réis” foi a expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar 1 milhão de réis (mil vezes a importância de um mil-réis). Entre 1856 e 1862, 1 conto de réis (1 milhão de réis) comprava em média 1 escravo ou 1 kg. de ouro. Seria válido converter esses valores em real pra dimensionar melhor pra você o valor dos escravos, mas só é possível te passar essa noção comparando com outra commoditie, como o café. Vamos te expor as mudanças de moedas que ocorreram pra que você entenda porque não é possível converter mil-réis em real:
1 Real vale:
2750 crueiros reais
2.750.000 cruzeiros/ cruzados novos
2.750.000.000 cruzados
2.750.000.000.000 cruzeiros/ cruzeiros novos
2.750.000.000.000.000 cruzeiros
2.750.000.000.000.000.000 réis (pensa uma milha de réis?!)
De todo modo você deve ter constatado que escravos eram valiosos. E você não deve ter muita dificuldade pra deduzir porque custavam tanto para quem adquiria. Eles construíram fortunas e ergueram países como o nosso, mas nenhum tão grande em extensão territorial como o nosso. Em troca, recebiam o tratamento dado a animais irracionais.
Quando a escravidão foi abolida, no Brasil, os negros libertos não tinham possibilidade de inserção social e ficaram submetidos a trabalhos marginalizados para sobreviver. Muito disso veio sendo revertido, mas mais de 100 anos depois ainda discutimos como viabilizar ascensão social a pessoas negras. A política de cotas nas universidades por exemplo é algo terrível, do ponto de vista em que independentemente da cor da pele, todos têm recurso intelectual e potencial acadêmico. Mas como a grande maioria da população brasileira é negra e eles não representam sequer 50% nos cursos superiores, a política de cotas se mostra a única via. O que você pensa a respeito?
Fonte: Fatos Desconhecidos
A escravidão não acabou. Virou crime submeter alguém a condições subumanas de trabalho para benefício próprio. Como a escravidão é ilegal, os traficantes de pessoas escondem suas vítimas e formam uma população de escravos oculta.
Estimativas apontam que hoje em dia hajam entre 12 e 27 milhões de escravos pelo mundo todo. Na melhor das hipóteses, eles trabalham 16 horas por dia em troca de dinheiro que só é suficiente para se alimentarem mal e pagarem por uma cama para dormir. Na maioria dos casos são pessoas de outros países que se tornam reféns de exploradores que os dão condições de migrarem e os colocam para trabalhar afim de pagarem uma dívida que nunca acaba.
No passado era muito pior. A escravidão era permitida e os negros tinham um valor determinado pelo sexo, idade e condição dos dentes, como o que se avalia na hora de comprar um equino ou um bovino. Existem inúmeros dados que nos levam aos preços dos escravos no século XIX, mas como esses indicadores variam muito, é difícil determinar a média de preço. Mas vamos a uns indicadores.
Em 1846, o Brasil conseguiu o 1º orçamento superavitário da gestão do Império. Nessa época, 1 saca de café era comprada por 12 mil-réis e um escravo comum era cotado a 350 mil-réis. Os escravos que eram hábeis em carpintaria, fundição maquinista etc., valiam 715 mil-réis.
“Conto de réis” foi a expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar 1 milhão de réis (mil vezes a importância de um mil-réis). Entre 1856 e 1862, 1 conto de réis (1 milhão de réis) comprava em média 1 escravo ou 1 kg. de ouro. Seria válido converter esses valores em real pra dimensionar melhor pra você o valor dos escravos, mas só é possível te passar essa noção comparando com outra commoditie, como o café. Vamos te expor as mudanças de moedas que ocorreram pra que você entenda porque não é possível converter mil-réis em real:
1 Real vale:
2750 crueiros reais
2.750.000 cruzeiros/ cruzados novos
2.750.000.000 cruzados
2.750.000.000.000 cruzeiros/ cruzeiros novos
2.750.000.000.000.000 cruzeiros
2.750.000.000.000.000.000 réis (pensa uma milha de réis?!)
De todo modo você deve ter constatado que escravos eram valiosos. E você não deve ter muita dificuldade pra deduzir porque custavam tanto para quem adquiria. Eles construíram fortunas e ergueram países como o nosso, mas nenhum tão grande em extensão territorial como o nosso. Em troca, recebiam o tratamento dado a animais irracionais.
Quando a escravidão foi abolida, no Brasil, os negros libertos não tinham possibilidade de inserção social e ficaram submetidos a trabalhos marginalizados para sobreviver. Muito disso veio sendo revertido, mas mais de 100 anos depois ainda discutimos como viabilizar ascensão social a pessoas negras. A política de cotas nas universidades por exemplo é algo terrível, do ponto de vista em que independentemente da cor da pele, todos têm recurso intelectual e potencial acadêmico. Mas como a grande maioria da população brasileira é negra e eles não representam sequer 50% nos cursos superiores, a política de cotas se mostra a única via. O que você pensa a respeito?
Fonte: Fatos Desconhecidos