A internet sem dúvidas é uma das invenções mais sensacionais de todos
os tempos, afinal, ela conseguiu a proeza de criar uma rede de
comunicação mundial cada vez mais acessível a milhares de pessoas; fora o
fato de nos proporcionar acesso praticamente irrestrito a todo o tipo
de informação e conteúdos multimídia.
Mas essa explosão da
internet, especialmente na última década, trouxe problemas sérios a nós
mesmos. No final das contas, ela tornou-se algo tão inovador e
necessário em nossas vidas que parece que nós ainda não conseguimos nos
adaptar perfeitamente a ela – e é aqui que mora o perigo.
A seguir, veja 8 dos transtornos mais comuns apresentados por quem está passando dos limites no uso diário da internet.
1. Nomofobia
Basicamente, é aquela terrível sensação que algumas pessoas possuem de ficarem sem celular ou longe dele.
Em sentido amplo, pode ser descrito como o medo de ficar desconectado
por qualquer motivo. Sabe aquela aflição que se tem quando a bateria do
celular está acabando e não é possível carregá-la imediatamente? Esse é o
primeiro sinal de que algo pode estar errado.
Você pode até achar isso engraçado agora, mas o problema já até foi tema do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders e conta com programas de recuperação para os afetados.
2 – Síndrome do toque fantasma
Aquela sensação de sentir o celular vibrando no bolso da calça ou na mochila, sem que haja nenhuma chamada.
Isso parece ser algo que está se tornando cada vez mais comum entre as
pessoas. Eu mesmo às vezes me pego enfiando a mão no bolso
desesperadamente, achando que é alguém me ligando e não é ninguém.
Segundo afirma o doutor Larry Rosen em seu livro iDisorder, este fenômeno ocorre com cerca de 70% dos heavy users,
ou seja, os usuários mais intensos – em suma, boa parte de nós! Segundo
ele, esta sensação pode estar ligada a uma ansiedade ou mesmo ao prazer
em atender a chamada do celular. O mais leve formigamento já pode fazer
com que o cérebro interprete como o vibrar do celular.
Ainda
de acordo com a pesquisa, esse problema poderá evoluir para outras
áreas do corpo à medida que utilizamos mais dispositivos vestíveis: usuários do Google Glass, por exemplo, poderão passar a enxergar coisas que não estão realmente ali.
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3 – Náusea digital
Zoom no iOS 7 Reprodução/GizmodoÉ a sensação que algumas pessoas possuem ao interagirem com ambientes digitais, causando desorientação ou vertigem.
Em um caso super recente de manifestação dessa síndrome, temos o
lançamento do novo sistema operacional da Apple para iPhones e iPads, o iOS 7, que conta com elementos de aproximação e afastamento dos objetos na tela (zoom in e zoom out).
As
reclamações de pessoas que sentiam nauseadas com aqueles efeitos foram
tão significantes que obrigou a empresa a lançar uma atualização com a
opção de desligar o efeito. Com a popularização dos dispositivos de
realidade virtual como o Oculus Rift, HTC Vive, a coisa pode ficar ainda
mais séria pra quem já sofre com esse problema. É preciso ir com calma e
lembrar que o corpo pode precisar de um período de adaptação.
4 – Transtorno de dependência da internet
Essa é fácil saber do que se trata: ocorre quando se possui uma vontade compulsiva em acessar a internet, mesmo que não se saiba exatamente o que fazer lá.
Em outras palavras, é o uso irracional da internet e que pode estar
ligado a outros problemas como a depressão, TOC, Transtorno de déficit
de atenção, ansiedade social, baixa autoestima, etc.
Não é
difícil entender que algumas pessoas simplesmente não são felizes com a
vida que possuem ou que não se sintam bem na sociedade, acabando por ver
na internet uma válvula de escape extremamente efetiva.
5 – Depressão de Facebook
Falando em depressão, a depressão de Facebook ocorre em função das interações sociais dentro da rede ou a falta dessas relações.
Eu
tenho certeza que você que é usuário do Facebook já passou por essa
situação: abrir a sua timeline e se deparar com uma penca de
atualizações dos seus amigos com fotos de festas, de viagens, na casa
nova, com o carro novo, com o(a) namorado(a), curtindo com os outros
amigos… E logo em seguida bater aquela sensação de vazio, de que você
não está aproveitando a vida como deveria e blá blá blá.
Apenas tenha em mente uma simples e racional constatação: 99,9%
das pessoas só vai postar coisas boas em suas timelines, o que não
significa de forma alguma que essas pessoas tenham vidas fantásticas!
Em suma, não acredite em tudo o que vê no Facebook – ou na internet como um todo.
6 – Vício em jogos online
Em poucas palavras, é a compulsão por jogos online.
É bom deixar claro que o vício ocorre quando há uma necessidade
irracional de se participar de sessões intermináveis desses jogos.
Na
Coréia do Norte, por exemplo, já há inclusive uma lei própria para o
assunto apelidada de “lei cinderela”, pois corta o fornecimento de
internet para todos os jovens menores de 16 anos no período entre a
meia-noite e seis horas da manhã.
A situação dos jogadores
compulsivos é tão grave que a Associação Psiquiátrica Americana já
inclui a dependência no índice III, significando que a dependência dos
viciados em jogos online é equipara a outros vícios não ligados ao consumo de substâncias químicas, como ocorre com os viciados em jogos de azar.
7 – Hipocondria digital
O hipocondríaco é aquela pessoa com mania de doença, que pensa sempre estar doente. O hipocondríaco
digital é basicamente a mesma coisa, com um único ponto de diferença: a
pessoa que possui esse mal pensa que está com a doença sobre a qual leu
na internet.
É bastante comum que nos dias atuais o
Google se torne nosso primeiro médico, no sentido de que muitas pessoas
recorram ao buscador e nele insiram todos os sintomas sentidos,
deparando-se com resultados de uma doença que, na grande maioria dos
casos, não corresponde ao que a pessoa realmente possui.
Explico
melhor. Uma pessoa que sofre com dores de cabeça pode buscar por doenças
que possuam esse sintoma e depara-se com a informação de que isso pode
ser um câncer de cérebro, provocando o aumento da ansiedade e tensão já
normais à hipocondria. Ou seja, a pessoa passa a sofrer daquilo que,
muito provavelmente, não tem!
E nem preciso dizer que é muito melhor – e recomendável – recorrer a um profissional da área, e não à internet.
8 – O efeito Google
É
a tendência que afeta o cérebro humano em reter menos informações, pois
ele sabe que as respostas estão ao alcance de alguns cliques.
Essa
é outra condição que está se popularizando rapidamente entre as pessoas
que utilizam a internet ou dispositivos móveis para tudo. Eu mesmo já
não consigo dizer os números dos celulares dos meus amigos mais
próximos, porque isso já se transformou numa “memória inútil”, pois
basta que eu pegue meu smartphone e lá estarão eles.
O mesmo
ocorre com endereços e outras informações mais complicadas como datas
históricas, informações geográficas, gramática e ortorafia, e por aí
vai. E é por isso que há quem ache que a internet e os dispositivos
eletrônicos estão nos deixando estúpidos.
Mas não é preciso
alarde. O Google não é uma coisa necessariamente ruim, como explica o
doutor Rosen, pois esse acesso rápido e fácil à informação pode indicar
uma população mais informada e esperta. O importante – e que isso fique
bem claro – é que tenhamos consciência de que é sim importante reter algumas informações sem ajuda da tecnologia e isso precisa ser dito, principalmente, às nossas crianças e estudantes.